Prolactina elevada: o que pode ser?
- Claudia Huzita
- 11 de abr.
- 2 min de leitura
A hiperprolactinemia é uma condição caracterizada pela elevação excessiva dos níveis de prolactina no sangue, um hormônio produzido pela glândula pituitária. A prolactina desempenha um papel fundamental na lactação, estimulando a produção de leite nas glândulas mamárias durante a amamentação e contribuindo para a regulação do ciclo menstrual e da fertilidade. Embora a hiperprolactinemia possa ser uma consequência normal do período pós-parto ou de amamentação, sua ocorrência fora desses contextos pode indicar a presença de condições patológicas que requerem investigação e tratamento.
Causas da Hiperprolactinemia
A hiperprolactinemia pode ser causada por uma variedade de fatores, que podem ser classificados em três categorias principais:
Fatores Fisiológicos:
Gravidez e amamentação: A prolactina aumenta naturalmente durante a gravidez e amamentação para facilitar a lactação.
Estresse: O estresse físico e emocional pode elevar temporariamente os níveis de prolactina.
Estímulo mamário: A estimulação das mamas, seja por meio de amamentação ou manipulação, pode aumentar a prolactina.
Fatores Patológicos:
Tumores Hipofisários: Os prolactinomas, tumores benignos da glândula pituitária que produzem prolactina, são uma das causas mais comuns de hiperprolactinemia significativa.
Doenças Sistêmicas: Condições como hipotireoidismo, insuficiência renal crônica e cirrose hepática podem resultar em níveis elevados de prolactina.
Fatores Medicamentosos:
Certos medicamentos, como antipsicóticos, antidepressivos, anti-hipertensivos (como metildopa), e alguns opioides, podem elevar os níveis de prolactina ao interferir na dopamina, um neurotransmissor que inibe a secreção de prolactina.
Sintomas da Hiperprolactinemia
Os sintomas da hiperprolactinemia podem variar dependendo do grau de elevação da prolactina e da causa subjacente. Comumente, os sintomas incluem:
Em Mulheres:
Irregularidades menstruais ou amenorreia (ausência de menstruação)
Galactorreia (produção de leite não relacionada à amamentação)
Diminuição da libido e disfunção sexual
Sintomas de hipotireoidismo em casos associados à deficiência de hormônio tireoidiano
Em Homens:
Diminuição da libido
Disfunção erétil
Ginecomastia (aumento das mamas)
Infertilidade
Diagnóstico da Hiperprolactinemia
O diagnóstico é realizado por meio de uma combinação de anamnese clínica, exame físico e exames laboratoriais. A dosagem de prolactina é o teste principal, geralmente realizado em jejum. Valores acima de 25 ng/mL em homens e 30-35 ng/mL em mulheres podem indicara hiperprolactinemia.
Após a confirmação do diagnóstico, também pode ser realizada uma avaliação da função tireoidiana e, em casos de níveis muito elevados de prolactina ou sintomas sugestivos, uma ressonância magnética da glândula pituitária pode ser indicada para avaliar a presença de prolactinomas ou outras lesões.
Tratamento da Hiperprolactinemia
O tratamento da hiperprolactinemia é orientado pela causa subjacente:
Prolactinomas: Os prolactinomas geralmente são tratados com medicamentos, como agonistas da dopamina (cabergolina ou bromocriptina), que reduzem a produção de prolactina e podem diminuir o tamanho do tumor.
Causas Medicamentosas: Se a hiperprolactinemia for causada por um medicamento, a modificação ou troca do fármaco, sob orientação médica, pode ser necessária.
Hipotireoidismo: O tratamento da condição subjacente com hormônios tireoidianos pode normalizar os níveis de prolactina.
Considerações Finais
A hiperprolactinemia é uma condição que pode impactar significativamente a qualidade de vida dos indivíduos afetados, em especial as mulheres em idade fértil. A correta identificação da causa e a implementação de um tratamento adequado são essenciais para restaurar os níveis hormonais normais e aliviar os sintomas. Pacientes que apresentam sinais e sintomas de hiperprolactinemia devem consultar um endocrinologista ou um médico especializado para avaliação e gestão individualizada da condição.
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