Colesterol alto: o que fazer?
- Claudia Huzita
- 5 de mar.
- 4 min de leitura
Atualizado: 11 de abr.
O que é o colesterol e quais os tipos existentes? Quais são as outras gorduras avaliadas nos exames de sangue?
O colesterol é um tipo de gordura presente no nosso sangue, essencial para diversas funções fisiológicas, incluindo a produção de hormônios. No entanto, o problema surge quando os níveis de colesterol estão elevados. Pessoas com colesterol alto têm um risco maior de desenvolver doenças cardiovasculares, infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVCs).
As principais gorduras avaliadas nos exames de sangue incluem:
Colesterol total: soma das frações de colesterol.
LDL: conhecido como colesterol ruim, níveis elevados aumentam o risco de infarto e AVC.
HDL: chamado de colesterol bom, elevados níveis estão associados a um menor risco cardiovascular
Triglicerídeos: outro tipo de gordura, níveis altos estão ligados a um maior risco cardiovascular.
Lipoproteína (a): tipo de gordura sanguínea que, em níveis elevados, é um fator de risco cardiovascular independente.
Causas do colesterol alto
As causas para o colesterol elevado incluem:
Causas dietéticas: consumo excessivo de gorduras saturadas e trans.
Causas secundárias: doenças como sobrepeso, diabetes, síndromes renais, uso de certos medicamentos, hipotireoidismo, HIV e sedentarismo.
Causas genéticas: podem ser por alterações em um único gene ou múltiplos fatores genéticos que elevam os níveis de colesterol.
É importante notar que muitos pacientes têm colesterol elevado devido a uma combinação de estilo de vida e predisposição genética.
Riscos associados ao colesterol alto
O colesterol elevado é um dos principais fatores que contribui para a aterosclerose — uma doença inflamatória crônica que resulta na formação de placas de gordura nas artérias. Isso pode levar à obstrução de artérias essenciais para a oxigenação de órgãos vitais, como o coração e o cérebro, aumentando o risco de infarto e AVC.
Sintomas de colesterol alto
Em geral, o colesterol elevado não apresenta sintomas. Muitas vezes, a primeira manifestação pode ser um evento grave como um infarto ou AVC. Pacientes com formas hereditárias de colesterol elevado podem notar xantelasma, pequenas placas de gordura amareladas nas pálpebras.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico de alterações do colesterol é feito através da medição dos níveis dessa gordura no sangue, idealmente após jejum de 12 horas. Embora os níveis possam ser avaliados sem jejum, isso pode resultar em elevações nos triglicerídeos, afetando a precisão dos cálculos de LDL.
Taxas normais de colesterol e outras gorduras do sangue
Mais relevante que o colesterol total é a avaliação das diferentes frações. As metas para LDL variam conforme o risco cardiovascular do paciente:
< 50 mg/dl para risco cardiovascular muito elevado.
< 70 mg/dl para risco elevado.
< 100 mg/dl para risco moderado.
< 130 mg/dl para risco baixo.
Medidas não medicamentosas para o controle dos níveis de colesterol
Diversas mudanças de estilo de vida podem ajudar a controlar o colesterol, tais como:
Reduzir o consumo de alimentos ricos em gorduras saturadas: Evitar o excesso de carne vermelha, manteiga, alimentos fritos e queijos amarelos.
Aumentar a ingestão de fibras solúveis: A fibra solúvel está presente em frutas, aveia, linhaça, feijão, ervilha, lentilha e soja, sendo benéfica para a saúde do coração.
Manter um peso saudável: Para pessoas com sobrepeso ou obesidade, uma perda de peso superior a 5% já pode reduzir os níveis de colesterol.
Praticar atividade física regularmente: O ideal é fazer pelo menos 30 minutos de atividade física todos os dias.
Parar de fumar: O tabagismo tem um impacto negativo sobre a saúde cardiovascular.
Limitar o consumo de álcool: O excesso de álcool pode contribuir para o aumento dos níveis de colesterol.
Tratamento para colesterol alto e o papel do endocrinologista
A determinação de medicamentos para tratar o colesterol alto deve considerar o risco cardiovascular do paciente, e não apenas os níveis de colesterol. Essa avaliação é feita de forma detalhada pelo médico, considerando hábitos de vida, histórico familiar de doenças cardiovasculares e condições como diabetes e hipertensão.
As principais classes de medicamentos para controle do colesterol incluem:
Estatinas: As mais estudadas e frequentemente a primeira linha de tratamento. Elas atuam inibindo a HMG-CoA redutase, uma enzima responsável pela produção de LDL. Estatinas como rosuvastatina e atorvastatina são recomendadas para redução significativa dos níveis de LDL.
Ezetimiba: Essa medicação inibe a absorção de colesterol no intestino delgado, resultando em uma redução de 10 a 25% nos níveis de LDL. É indicada para pacientes intolerantes a estatinas ou em combinação com estatinas para melhor controle.
Inibidores da PCSK9: Anticorpos monoclonais que melhoram a remoção do LDL do sangue ao aumentar o número de receptores de LDL. Os exemplos incluem evolocumabe (Repatha®) e alirocumabe (Praluent®).
Acompanhamento do paciente
Após a introdução ou ajuste das medicações, é necessária uma reavaliação clínica e laboratorial após 8 a 12 semanas. Se os níveis de colesterol atingirem as metas, a reavaliação deve ser feita a cada 6 meses. É essencial que as avaliações sejam personalizadas de acordo com cada paciente.
A estratificação do risco cardiovascular pelo médico é crucial para determinar a necessidade de mudanças no estilo de vida e/ou uso de medicamentos. É importante ressaltar que o colesterol alto é uma condição frequentemente assintomática, tornando as consultas periódicas de check-up essenciais.
Na presença de alterações, é fundamental seguir rigorosamente o tratamento recomendado pela sua endocrinologista!
Agende sua consulta com a Dra Claudia Huzita!
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